Ele se tornou Chico do Jornal
Costumo dizer que não existe o jornal Correio Regional sem Francisco de Campos. Francisco de Campos (o mesmo personagem da crônica O menino dos 40 picolés) é a alma e o coração do Correio Regional. Penso que quando Francisco de Campos deixar de existir não haverá futuro para o Correio Regional. Porque é impossível vislumbrar a sua continuidade sem a garra e a coragem de Francisco de Campos.
Hoje (25/7/2016) o Correio Regional completa 38 anos de circulação ininterrupta - sempre sob o comando de Francisco de Campos. Presto uma singela homenagem postando um texto publicado a 27 de julho de 2013...
"Adoramos história. Gostamos de contar histórias. Mas sentimo-nos extremamente felizes quando ouvimos ou lemos boas histórias. Histórias - reais ou fictícias - têm o poder de mexer com a nossa imaginação. Fazem-nos crescer... Refletir... Acreditar que o que nos parece impossível pode, com esforço e dedicação, tornar-se possível...
Hoje (25/7/2016) o Correio Regional completa 38 anos de circulação ininterrupta - sempre sob o comando de Francisco de Campos. Presto uma singela homenagem postando um texto publicado a 27 de julho de 2013...
"Adoramos história. Gostamos de contar histórias. Mas sentimo-nos extremamente felizes quando ouvimos ou lemos boas histórias. Histórias - reais ou fictícias - têm o poder de mexer com a nossa imaginação. Fazem-nos crescer... Refletir... Acreditar que o que nos parece impossível pode, com esforço e dedicação, tornar-se possível...
Existem
histórias que mereceriam ocupar páginas de livros para jamais caírem no
esquecimento. Histórias de vida... De gente que ousou sonhar e acreditar que
poderia mudar seu destino. Ouvimos, há alguns anos, uma destas histórias...
Na década de
1950 nasceu, em Vacaria (RS), um menino. Sua família era humilde. Seus pais,
trabalhadores, faziam ginástica para não deixar faltar o essencial para os seis
filhos. O menino sonhou - e acreditou - que poderia ter uma vida diferente. Queria
ser motivo de orgulho para seus pais.
O menino queria
ter o próprio dinheiro. Pensou em vender picolé. Mas, com era franzino,
ninguém lhe dava oportunidade. Depois de muita insistência, em um dia frio de
inverno, lhe foi confiada a tarefa de tentar vender quarenta picolés.
Determinado o
menino saiu pelas ruas da cidade. Já era tarde da noite quando chegou para
prestar contas ao proprietário da sorveteria. O homem estava indignado... Já
contabilizava um imenso prejuízo... Já tinha preparado um sermão.
Contrariando as
mais otimistas expectativas o menino mostrou que tinha vendido os quarenta
picolés. Mesmo naquele dia frio de inverno. “Mas porque demorou tanto? Já está
muito tarde.” O menino não queria decepcionar quem havia nele confiado. Tarefa
dada é tarefa cumprida... Custe o que custar. Se lhe foram confiados quarenta
picolés para venda não poderia vender somente trinta e nove. E, em sua vida,
sempre agiu assim.
O menino
engraxou sapatos... Trabalhou em fazenda de soja e na construção de asfalto.
Mas sabia que seu destino lhe reservava grandes surpresas. “Sabe aquela força
que está dentro de nós? Aquela certeza de que não existe impossível? Essa força
me impulsionava... Fazia com que acreditasse que algo extraordinário aconteceria
em minha vida.”
Um dia, já
residindo em Carazinho, lhe foi dada oportunidade de entregar jornais. E o
menino, que já não era um menino, abraçou-a com toda vontade. Ele não sabia mas
naquele momento nascia um jornalista. O menino, dedicado e inteligente,
aprendia tudo com facilidade. Em pouco tempo já entendia todo funcionamento de
uma empresa jornalística. Mas seu maior dom era escrever.
Sua força
interior fez com que ousasse abrir jornal em uma pequena cidade. Disseram-lhe
para deixar de pensar bobagens. Naquela cidade jornal algum havia obtido
sucesso. “Você está ganhando o suficiente para sustentar sua família. Porque
quer tentar obter sucesso onde tantos já fracassaram?” Mas aquela força
interior, que tinha desde menino, foi mais forte... Muito mais forte. Fez com
que, em mais um dia de muito frio, partisse para Não-Me-Toque com a certeza de
que abriria um jornal. Suas botas estavam furadas. Para aguentar o frio
forrou-as com jornal.
TRINTA E OITO ANOS
Depois de uma
manhã sem nada conseguir pensou em desistir. Mas sabia que se desistisse
estaria contrariando sua força interior. Foi até a saída da cidade e voltou.
Tentou... Conseguiu...
No dia 25 de
julho de 1978 nascia o Correio Regional... Nascia um jornal sem amarras... De
posicionamento forte... De comprometimento com a sociedade e com a verdade.
Parabéns Francisco de Campos por ter ousado sonhar... Por ter acreditado em
seus sonhos. Por ser este jornalista de posicionamento firme que não se deixa
abater. Parabéns Correio Regional pelos trinta e oito anos de circulação ininterrupta...
Temos imenso orgulho de fazer parte desta história." (Autora: Aline Brandt - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais N° 9610/98)
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